Qual a diferença entre Enem e vestibular?

Postado 1 de julho de 2025

O Enem e o vestibular têm semelhanças e diferenças entre si. Para se preparar corretamente, o aluno deve entender como cada prova funciona.

Um tema que chama a atenção de todos os alunos ao final do Ensino Médio é a diferença entre Enem e vestibular. Apesar de ambos fazerem parte da rotina de quem busca uma colocação no Ensino Superior, é importante saber quais são os aspectos principais de cada prova, para que elas existem e como se preparar para cada uma delas.

Afinal, o processo seletivo, seja para quem quer continuar a trajetória educacional e começar a jornada acadêmica, seja para quem busca um avanço profissional ou mudança de carreira ou até mesmo pessoas formadas que estão em busca de uma segunda graduação, faz toda a diferença na hora do planejamento.

Como funciona o Enem?

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é uma avaliação dos conhecimentos que fazem parte da grade curricular da formação básica. Isso é, a prova foi criada para avaliar o nível de proficiência do candidato em relação às temáticas-chave de todas as áreas do conhecimento.

A primeira versão do Enem surgiu em 1998, com objetivo de avaliar a qualidade da formação escolar brasileira. Na época, os resultados obtidos eram utilizados pelo Ministério da Educação como forma de determinar o guiar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que estabeleciam as prioridades curriculares para os docentes a nível nacional.

A partir de 2004, o Enem passou a ser utilizado para fins seletivos: 93 instituições privadas passaram a considerar a nota do Enem como classificatória no ingresso via ProUni (Programa Universidade para Todos). 

Até então, a prova do Enem consistia em 63 questões objetivas, que incluíam todas as disciplinas do Ensino Médio.

A partir de 2009, o novo Enem transformou o cenário da educação superior brasileira. Passou a ser aplicado em grande escala, por Centros de Aplicação em todo o país. Além disso, a prova em si passou por mudanças significativas. O número de questões aumentou para 180, divididas em dois dias de avaliação. As questões são divididas em quatro macro áreas do conhecimento: 

Além disso, a prova conta com uma redação dissertativa-argumentativa, que explora temas de importância sociocultural e econômica para o Brasil e a população brasileira.

Uma das diferenças entre Enem e vestibular que trouxe impacto significativo para os candidatos está diretamente ligada ao formato da prova em si: enquanto nos vestibulares tradicionais as questões geralmente têm pesos iguais, o Enem passou a utilizar outro tipo de correção – a Teoria da Resposta ao Item (TRI). Essa teoria, baseada em estatística e bancos de questões, calibra os pesos de acordo com a coerência das respostas, a dificuldade média dos alunos e a probabilidade de acertos. O objetivo principal é ter uma informação mais clara sobre níveis de proficiência, em comparação a respostas “chute”, que supervalorizam a média em exames tradicionais que analisam somente acertos totais.

Com as mudanças do ENEM, ele passou a ser adotado mais intensamente como parte fundamental dos processos seletivos para a educação superior. Além do ProUni, os estudantes podem a partir de 2010 utilizar as notas para acessar as universidades federais via Sisu (Sistema de Seleção Unificado).

mulher vendo celular com app do Sisu e no computador à frente

Os estudantes podem entrar nas universidades pelo Sisu

Além de bolsas de estudos, ao longo do tempo, o Enem também passou a ser utilizado como parte ou totalidade da seleção e classificação de candidatos às vagas de ampla concorrência das universidades privadas. Como a prova é realizada pela maioria dos alunos brasileiros que têm como objetivo uma vaga no ensino superior, utilizar esse recurso é bastante atrativo na captação de novos discentes.

Como funciona um vestibular?

Os vestibulares funcionam de várias formas. Existem vestibulares com provas objetivas, provas dissertativas, ambas, ou até mesmo modalidades alternativas. Em linhas gerais, as instituições de Ensino Superior que optam pela realização de vestibulares próprios têm como objetivo classificar os candidatos e alocar as vagas de acordo com prioridades além dos critérios de conhecimento e proficiência do Enem.

Enquanto o Enem é essencial para a rede federal, parte da rede estadual e em associação à rede privada, acontecendo em esfera nacional, os vestibulares são individuais para cada instituição. Ou seja, eles são feitos com objetivo mais definido.

Normalmente, são realizados no local em que a instituição está localizada, ainda que alguns vestibulares de alta demanda contem com polos extra de aplicação. Alguns são feitos em um só dia, enquanto determinadas provas acontecem em duas etapas ou fases. Depende, é claro, do número de vagas disponíveis, critérios seletivos e demandas de cada instituição.

Exemplos de vestibulares

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) tem fase única, dividida em dois dias. A Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e a Universidade do Estado de Santa Catarina realizam dois vestibulares ao ano para selecionar candidatos aos seus cursos, enquanto a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e a Universidade de Brasília (UnB) alocam, respectivamente, 75% e 25% de suas vagas para os vestibulares próprios. A prova da Fundação Universidade do Tocantins (Unitins) tem duas etapas no mesmo dia: no turno matutino, as questões englobam áreas de Exatas, Humanas e Biológicas. À tarde, os candidatos são avaliados em Língua Portuguesa, Língua Estrangeira e Redação.

Algumas IES privadas também realizam provas seletivas próprias, principalmente instituições focadas em uma área do conhecimento. Nesse caso, além de analisar os conhecimentos gerais, podem levar em consideração a familiaridade do candidato com a área de interesse. Algumas incluem também provas de redação que vão além de textos dissertativos-argumentativos. Podem exigir produção de mais de um texto, além de englobar múltiplos gêneros e referências bibliográficas.

Ou seja, não existe uma fórmula única para uma prova de vestibular. 

Vestibulares gerais

Ainda que os vestibulares não sejam tão padronizados quanto o Enem, vale frisar que eles continuam sendo fatores determinantes na capacidade dos alunos e compreensão dos conteúdos vistos no Ensino Médio. Por isso, as provas tendem a abordar os conhecimentos chave de Ciências Exatas, Biológicas e Humanas definidos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

É importante lembrar que todos os vestibulares publicam editais com os conteúdos que podem cair na prova. Ou seja, antes de se inscrever e durante o processo de preparação, é essencial ler com cuidado o documento, para que os estudos sejam focados nos temas de maior importância.

moça digitando em computador

É preciso ler o edital para saber como estudar para a prova

Algumas provas contam com questões dissertativas, o que é uma diferença entre Enem e vestibular significativa. Para garantir boas notas, além de entender o conteúdo, o aluno deve ter clareza nas respostas. 

Outro ponto de atenção é a lista de leituras obrigatórias. Caso faça parte do vestibular, o aluno deve dedicar tempo para leitura e análise das obras citadas. Além de fazer parte das questões de Língua Portuguesa, os temas abordados nas obras sinalizam tendências importantes para a prova como um todo. 

Vestibulares específicos

Nem todas as profissões e áreas de estudo necessariamente combinam com vestibulares tradicionais. Com a tendência de profissões alternativas e mais flexíveis, alguns cursos também adaptaram o processo seletivo que utilizam para captar alunos. 

Há IES, por exemplo, que além de provas dissertativas e discursivas, optam por entrevistas e dinâmicas de grupo durante o vestibular. Dessa forma, podem entender melhor o perfil do aluno e se ele combina com a proposta pedagógica do curso.

Mesmo nos moldes tradicionais, há vestibulares que deixam de lado as questões sobre todos os conhecimentos do Ensino Médio, optando por focar na Língua Portuguesa e na área de interesse.

Quem gerencia o Enem e os vestibulares?

Desde sua criação, na década de 1990, o Enem é organizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), um setor do Ministério da Educação do Brasil (MEC).

 

Já a gestão de provas vestibulares individuais depende de órgãos vinculados às instituições em si ou a instituições parceiras. 

A Fundação Vunesp, por exemplo, além de concursos públicos, é responsável pelos vestibulares de instituições educacionais públicas do Estado de São Paulo, como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP),  a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), o Centro Universitário Municipal de Franca (Uni-FACEF) e a Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). 

Mas também realiza vestibulares em outras regiões, como a Universidade Regional de Blumenau (Furb), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), a Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e a Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

Há também instituições privadas que optam pela expertise da Vunesp, como a Anhembi Morumbi, a Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein, a Fundação Getúlio Vargas e o Insper.

Há instituições públicas e privadas que contam com autarquias internas para realização e coordenação de provas vestibulares. A Universidade Estadual do Paraná (Unespar), por exemplo, tem a Comissão Central de Processos Seletivos, Concurso Vestibular (CCV), enquanto a Universidade de São Paulo (USP) tem a Fuvest para esse processo.

Quanto custa fazer o Enem ou o vestibular?

A taxa de inscrição para o Enem é de R$85. Já os vestibulares podem variar de acordo com a instituição escolhida. Um dos pontos mais importantes da disseminação do Enem como principal forma de acesso ao ensino superior no Brasil é a preocupação dos candidatos com orçamentos. 

Isso porque realizar várias provas em locais diferentes, principalmente para candidatos que vivem fora de grandes centros urbanos, pode acarretar em gastos muito altos. Provas vestibulares para Medicina, por exemplo, chegam a ter taxas de inscrição de R$600 em IES especializadas. Já o Enem permite que o aluno utilize sua nota para ingressar no curso superior em mais de uma IES com um só resultado pelo Sisu.

moça comemorando

É possível se inscrever em várias instituições apenas com o Enem

Os valores da taxa de inscrição do vestibular de instituições privadas também varia de acordo com o tipo de prova e a região em que a IES está localizada. Por isso, antes de escolher quais vestibulares prestar, o candidato deve se atentar ao valor e à possibilidade de descontos ou isenções.

Existe isenção da taxa de inscrição do Enem?

Sim, o MEC oferece isenção do custo de inscrição de R$85 para candidatos que façam parte dos seguintes grupos:

  • Alunos matriculados na rede pública cursando o terceiro ano do Ensino Médio
  • Egressos do Ensino Médio público
  • Alunos que cursaram o Ensino Médio em rede privada com bolsa integral e com renda familiar igual ou inferior a um salário mínimo e meio
  • Pessoas de baixa renda que contem com registro no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico)

Em 2025, o programa Pé-de-meia, do governo federal, também passou a oferecer isenção para os participantes. Esse programa, que garante benefícios financeiros em prol da permanência estudantil de alunos de baixa renda, agora qualifica os participantes para isenção durante a inscrição no Enem.

Vale lembrar que o pedido de isenção deve ser feito no portal do candidato do Enem junto à matrícula com a documentação adequada. 

As faculdades particulares têm desconto na taxa de vestibular?

Sim, algumas IES particulares optam por oferecer condições especiais para inscrição de alunos em vulnerabilidade econômica. É fundamental ler com atenção o edital de cada prova e enviar os documentos corretos de comprovação no ato da inscrição para garantir a isenção.

Que universidades aceitam o Enem?

Grande parte das universidades federais e estaduais brasileiras utilizam o Sisu e a nota do Enem como principal forma de ingresso. Entre as principais opções estão:

Região Norte

  • Universidade Federal do Acre (UFAC);
  • Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa);
  • Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA);
  • Universidade Federal do Tocantins (UFT);
  • Instituto Federal do Acre (IFAC);
  • Instituto Federal do Amapá (IFAP);
  • Instituto Federal do Pará (IFPA).

Região Nordeste

  • Universidade Federal de Alagoas (UFAL);
  • Universidade Federal da Bahia (UFBA);
  • Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB);
  • Universidade Federal do Ceará (UFC);
  • Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab);
  • Universidade Federal da Paraíba (UFPB);
  • Universidade Federal de Campina Grande (UFCG);
  • Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Região Sul

  • Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR);
  • Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila);
  • Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA);
  • Universidade Federal de Pelotas (UFPel);
  • Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
  • Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
  • Universidade Federal do Pampa (Unipampa);
  • Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS);
  • Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).

Região Sudeste

  • Universidade Federal do Espírito Santo (UFES);
  • Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
  • Universidade Federal de Alfenas (Unifal);
  • Universidade Federal de Itajubá (Unifei);
  • Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP);
  • Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ);
  • Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM);
  • Universidade Federal de Uberlândia (UFU);
  • Universidade Federal de Viçosa (UFV);
  • Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio);
  • Universidade Federal Fluminense (UFF);
  • Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
vista do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro conta com diversas universidades que usam o Enem

Região Centro-Oeste

  • Universidade de Brasília (UNB);
  • Universidade Federal de Goiás (UFG);
  • Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS);
  • Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS);
  • Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT);
  • Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

O que preciso para me inscrever no Enem?

Durante o período de inscrições do Enem o candidato deve ler com atenção todos os detalhes no portal da prova. É por lá que o Inep comunica os alunos dos prazos, informa as datas e locais de prova, recebe documentos e sinaliza quaisquer alterações.

Todos os que já concluíram o Ensino Médio ou estão cursando o ano final podem participar da prova. Para se inscrever, é necessário ter em mãos seus documentos, telefone e email válidos para a comunicação institucional. 

Além disso, é no ato da inscrição que o candidato informa onde vai realizar a prova, qual modalidade (tradicional ou digital), se vai utilizar a prova para obter certificado de conclusão do Ensino Médio e se necessita de atendimento especial. Após preencher os dados pessoais, o aluno recebe um boleto para o pagamento da taxa de inscrição. Assim que for confirmado, a inscrição já está pronta e o candidato pode conferir os dados no próprio portal até o momento da prova.

Prova de treineiro

Os alunos do primeiro e segundo ano do Ensino Médio não podem realizar o Enem para fins de seleção ao ensino superior. No entanto, podem participar na modalidade treineiro, que serve como auto avaliação do rendimento e guia de estudos futuros. 

Candidatos com atendimento especial

Para garantir o acesso mais democrático e justo ao ensino superior, o Enem conta com algumas medidas de atendimento especial. Segundo o edital da prova, o aluno que necessitar de medidas diferenciadas para realização da prova deve fazê-lo pelo portal, na área dedicada. 

O que preciso para me inscrever no vestibular?

Cada vestibular tem suas regras específicas, mas todos exigem documentos de identidade e, caso o aluno solicite isenção ou acesso a vagas separadas para cotas, documentos comprobatórios. 

Caso a IES escolhida tenha mais de um campi ou centro de aplicação de prova, o candidato deve escolher, no ato da inscrição, onde vai realizar seu processo seletivo. Caso a prova inclua Língua Estrangeira e tenha mais de uma opção, é aqui que a escolha deve ser feita.

Além disso, candidatos com deficiência e/ou mobilidade reduzida devem solicitar, no momento da inscrição, recursos de acessibilidade, principalmente no caso de vestibulares presenciais, já que pode ser necessário reservar locais e salas específicas para realização da prova.

Como funciona a nota do Enem?

A nota do Enem se baseia em um modelo estatístico chamado TRI (Teoria da Resposta ao Item). Essa modalidade é uma diferença entre Enem e vestibular porque não se limita a acertos totais de uma prova ou disciplina. Em vez disso, a nota final é calculada com base na dificuldade de cada questão e na probabilidade de acertos. Uma questão que exige mais dos candidatos, por exemplo, vale mais pontos. 

Isso significa, na prática, que o Enem valoriza o raciocínio intertextual e o rendimento geral de cada candidato em relação a todos. Nesse caso, acertos de “chutes” tendem a influenciar menos o resultado final, já que saem da média.

alunos fazendo prova em sala de aula

Chutes no Enem não influenciam muito no resultado final

Mas a nota do Enem não se limita à prova em si. O aluno recebe um boletim de desempenho separado pelas áreas de conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e Redação. 

Com este boletim, pode se candidatar aos cursos superiores via Sisu. Mas nem todos os resultados têm o mesmo peso: dependendo da universidade e curso escolhido, a nota da plataforma pode favorecer uma área ou outra. 

Como funciona a nota do vestibular?

Os vestibulares têm diferentes formas de calcular a nota final. Quando as provas são feitas em uma só fase, geralmente composta por questões objetivas que avaliam todas as áreas de conhecimento do Ensino Médio, a banca pode criar sistemas de peso com base no curso escolhido. Um candidato à graduação de Medicina, por exemplo, pode precisar se destacar na prova de Biologia ou Química. Já um interessado em Direito, pode precisar de maior quantidade de acertos na área de História e Filosofia.

Os vestibulares feitos em duas fases, ou etapas, geralmente incluem mais de uma modalidade de prova. Na primeira fase, as questões são objetivas e a nota é eliminatória. A partir desses resultados, o aluno avança para a segunda fase, normalmente discursiva, que exige conteúdos mais aprofundados e varia de acordo com o curso escolhido.

As redações também são parte fundamental do vestibular, já que mostram a habilidade do aluno de contextualizar informações, organizar argumentos e criar um raciocínio linear e lógico escrito.

Provas de habilidades específicas

Dependendo do curso escolhido, pode surgir a necessidade de participar de uma prova de habilidades específicas durante o processo do vestibular. é o caso de candidatos à graduação de Música, Artes Visuais, Arquitetura e Urbanismo ou Design. Nessa avaliação, é solicitado que os candidatos façam performances ou trabalhos práticos que possam demonstrar para a banca avaliadora a proficiência nos instrumentos, materiais e técnicas escolhidas.

Para que servem os resultados do Enem?

Existem vários motivos para se inscrever no Enem. São eles:

Sisu

O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) é uma ferramenta de acesso ao ensino superior do governo federal que contempla cerca de 250 mil candidatos anualmente. Ela utiliza o boletim de desempenho do Enem para classificar os interessados em vagas na rede pública  de ensino. 

Funciona assim: durante o período de inscrições, os candidatos escolhem dois cursos que desejam cursar e inserem seus dados. A partir daí, o sistema seleciona uma nota de corte baseada na taxa de candidatos/vagas. Com isso, as vagas são alocadas de acordo com desempenho em cada área de conhecimento do Enem e cotas raciais e sociais.

O aluno que não se classificar na primeira lista deve sinalizar o interesse em continuar concorrendo a vagas remanescentes. Conforme as matrículas e desistências são contabilizadas, essas vagas seguem a lista de classificados.

Cursos superiores privados

Muitas IES privadas passaram, nos últimos anos, a adotar o Enem como forma de ingresso. Considerando o número de participantes da prova, é uma metodologia que facilita a captação de alunos e atrai perfis diferentes para a IES.

alunos em faculdade

É possível entrar em várias IES privadas com o Enem

Bolsas de estudo por desempenho

Além disso, muitas instituições de ensino superior, com objetivo de facilitar o acesso de alunos em vulnerabilidade econômica aos estudos, oferecem bolsas de estudo totais ou parciais para candidatos que utilizam nota do Enem e obtiveram desempenho excepcional na prova.

Vagas do Prouni

O ProUni (Programa Universidade Para Todos) é um programa de bolsas parciais ou integrais para alunos que obtiveram uma vaga nos cursos superiores privados mas não têm condições de arcar com as mensalidades.

Para conseguir uma bolsa pelo programa, é preciso ter participado de uma das duas edições do Enem anteriores ao período de inscrição, obter média de 450 pontos e não zerar a redação.

Além disso, é necessário fazer parte de um dos grupos abaixo:

  • Egressos do ensino médio integralmente em escola da rede pública ou bolsista integral da rede privada;
  • Pessoas com deficiência, conforme a legislação vigente;
  • Professores da rede pública de ensino, desde que para vagas em cursos de licenciatura e pedagogia voltados para formação de profissionais atuantes na educação básica. 

A renda familiar, no caso de bolsas totais, deve ser de até 1,5 salários mínimos. Nas bolsas parciais, permite-se candidatos com renda de até 3 salários mínimos (exceto no caso de professores da rede pública).

FIES

O Fundo de Financiamento Estudantil também utiliza a nota do Enem como critério seletivo. O programa de financiamento, que permite que alunos de baixa renda tenham continuidade nos estudos sem preocupações financeiras, tem como critérios, segundo o edital, que o interessado:

“I – tenha participado do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem a partir da edição de 2010, com nota no Exame válida até o momento anterior à abertura das inscrições, tenha obtido média aritmética das notas nas 5 (cinco) provas igual ou superior a 450 (quatrocentos e cinquenta) pontos e nota na prova de redação superior a 0 (zero), assim como não tenha participado no referido Exame como “treineiro”;

II – possua renda familiar mensal bruta per capita de até 3 (três) salários mínimos”

Programa Pé-de-meia

O programa Pé-de-meia, iniciativa que beneficia cerca de 4 milhões de alunos brasileiros, é uma poupança focada na permanência e na conclusão escolar no ensino médio público. Mensalmente, os participantes recebem R$200, com bônus de R$1000 a cada ano concluído. Ao participar do Enem o programa qualifica o candidato a receber um bônus adicional de R$200.

Certificado de conclusão do Ensino Médio

Segundo a Portaria MEC 382, o Enem é válido como certificação de conclusão do Ensino Médio, desde que o aluno insira, no ato da inscrição, o objetivo de utilizar a prova para esse fim. 

Essa é uma grande diferença entre Enem e vestibular, já que os vestibulares tradicionais só podem ser aceitos como forma de ingresso no ensino superior para candidatos que já tenham Ensino Médio completo, enquanto o Enem é uma forma de conseguir certificação, principalmente para pessoas que tiveram a trajetória educacional prejudicada e buscam qualificação pessoal e profissional.

Para obter o certificado, é necessário ter 18 anos ou mais, não ter um diploma de Ensino Médio e obter nota igual ou acima do determinado pelo Inep. Com esse resultado, basta comparecer a uma unidade participante dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e solicitar a documentação.

pessoa fazendo prova do Enem antiga

O Enem pode servir como conclusão do Ensino Médio

Faculdade no exterior

Tem interesse em estudar fora do país? O Enem pode ser um bom primeiro passo nessa trajetória. No Reino Unido, por exemplo, a Kingston University e a Universidade de Glasgow aceitam o boletim de desempenho do Enem como critério seletivo. 

Já para os interessados em estudar em Portugal, a lista é ainda maior. 34 IES lusitanas utilizam o Enem para receber alunos brasileiros em uma variedade de cursos de graduação, incluindo:

  • Universidade de Coimbra
  • Instituto Politécnico do Porto
  • Universidade de Aveiro
  • Universidade de Lisboa
  • Universidade da Madeira
  • Instituto Politécnico de Santarém
  • Instituto Politécnico de Setúbal
  • Universidade de Algarve
  • Instituto Politécnico de Beja
  • Instituto Politécnico de Coimbra
  • Universidade do Porto
  • Instituto Politécnico de Viseu
  • Universidade dos Açores
  • Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
  • Universidade Católica Portuguesa
  • Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (Ispa)
  • Escola Superior de Saúde do Alcoitão (ESSA)

Afinal, quais são as principais diferenças entre as provas do Enem e vestibulares?

O candidato que está buscando uma vaga no ensino superior deve saber as principais diferenças estruturais entre Enem e vestibular. 

Por ser uma prova mais abrangente, o Enem tende a focar primariamente na análise do rendimento geral dos alunos egressos do Ensino Médio. Já as provas vestibulares têm espaço para focar em temas específicos e formatos diferenciados.

Redação

A redação do Enem é uma dissertação, focada em um tema de impacto social, cultural e econômico para a sociedade brasileira. Com referências bibliográficas e conhecimentos gerais, espera-se que o aluno possa desenvolver argumentos temáticos de forma lógica e linear. A nota se baseia no cumprimento de cinco competências. São elas:

  • Domínio da escrita formal da língua portuguesa
  • Compreender o tema e não fugir do que é proposto
  • Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista
  • Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação
  • Respeito aos direitos humanos

O aluno deve apresentar uma proposta de intervenção para o problema abordado que mostre seu nível de entendimento e contextualização da questão e seu impacto. 

Alguns exemplos de temas de redação dos últimos anos foram:

  • “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”;
  • “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”, 
  • “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”; 
  • “O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil”.

Já as redações de vestibulares tendem a variar mais. Há instituições que exigem textos argumentativos tradicionais, mas outras optam pela inclusão de outros gêneros textuais. O vestibular da Unicamp, por exemplo, cobrou em 2021 a criação de uma entrada de diário com o tema “Trabalhador exposto ao coronavírus” e, em 2024, um discurso sobre refugiados.

Temáticas de cada instituição/região

Outra diferença entre Enem e vestibular é a abrangência. O Enem inclui temas vistos em todo o Brasil, promovendo a troca de conhecimento entre diferentes regiões como parte fundamental do Ensino Básico. 

Já os vestibulares podem optar por incluir assuntos regionais. É o caso, por exemplo, da UFRGS, que engloba questões sobre temas relacionados ao Rio Grande do Sul, como a imigração, as rebeliões regionais e as relações platinas. 

prefeitura de Gramado

No Rio Grande do Sul, os conteúdos englobam temas locais, como a imigração

Segunda fase

Diferente do Enem, que acontece em uma só fase, dividida em dois dias, os vestibulares podem ser oferecidos em duas etapas. Nesse caso é essencial se preparar para a segunda fase, que tende a cobrar conteúdos mais aprofundados e exigir mais proficiência do aluno, já que a vaga está mais próxima.

Caso a segunda fase seja dissertativa, o aluno deve treinar suas respostas e compará-las com gabaritos oficiais e critérios de correção definidos nos editais.

Enem e vestibulares têm cotas?

Sim, tanto o Enem quanto os vestibulares utilizam cotas para garantir a diversidade e a democratização do ensino. 

Segundo a Lei de Cotas, oficializada em 2012, as IES federais devem obrigatoriamente reservar 50% de suas vagas, por curso e turno, para alunos que cursaram o Ensino Médio integralmente em escolas públicas.

Segundo a lei, essas vagas devem se preenchidas:

“por autodeclarados pretos, pardos, indígenas e quilombolas e por pessoas com deficiência, nos termos da legislação, em proporção ao total de vagas no mínimo igual à proporção respectiva de pretos, pardos, indígenas e quilombolas e de pessoas com deficiência na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”

No ensino privado, as cotas estão ligadas diretamente às bolsas do ProUni, mas podem surgir de outras formas. Muitas instituições de ensino estaduais aderirarm à Lei de Cotas e oferecem programas similares aos existentes nas federais, reforçando o comprometimento com a diversidade no corpo discente.

Qual o perfil de aluno do Enem x vestibular?

Outra diferença entre Enem e vestibular é, claro, o perfil do aluno. O Enem tem uma variedade maior de candidatos, já que permite o ingresso em instituições no país todo. Já os vestibulares estão diretamente ligados à IES em determinadas regiões, o que limita sua abrangência.

Mas o principal critério, é claro, é a escolha do curso de graduação. O candidato deve levar em conta quais instituições se destacam frente ao mundo acadêmico e ao mercado. Por exemplo, quando um candidato pesquisa as melhores faculdades de Medicina, vai notar que existem IES que usam o Enem e IES com provas vestibulares próprias. Essa informação pode auxiliar a determinar em qual prova se inscrever.

A modalidade de estudos também é um aspecto fundamental dessa escolha. O aluno que precisa conciliar trabalho e estudo, por exemplo, pode preferir uma graduação EAD, já que fica mais fácil gerir o tempo. Nesse caso, é importante avaliar quais instituições contam com essa opção e quais são os caminhos do processo seletivo.

Caso o curso e a instituição desejada tenham um vestibular próprio na região em que o candidato reside (como é o caso de muitas universidades estaduais), o aluno pode preferir investir tempo e recursos nessa prova. Por outro lado, alunos que buscam o Enem como principal método de acesso ao ensino superior podem estar longe de grandes centros universitários.

Vale frisar que ambas as opções podem trazer diferentes oportunidades ao candidato. Por isso, é interessante se inscrever tanto no Enem quanto no vestibular, caso seja parte de seu processo seletivo.

Quando acontece o Enem e o vestibular?

Uma das diferenças entre Enem e vestibular é que o Enem acontece somente uma vez ao ano. As provas são realizadas em novembro, com resultados e processo seletivo do Sisu nos meses seguintes.

alunos entrando para a prova do enem

O Enem só acontece uma vez no ano

Por outro lado, algumas faculdades optam por realizar vestibulares de meio de ano para selecionar os candidatos. Tanto IES públicas quanto privadas oferecem essa opção, dependendo do curso e do estado. Essas provas trazem uma barreira adicional: o tempo de preparo é mais curto, por isso, os estudos devem ser organizados com ainda mais cuidado.

Vestibular online e cursos EAD

Outra diferença é que o Enem é feito, tanto no modo tradicional quanto digital, nos centros de aplicação de prova. Isso significa que o aluno deve se deslocar a um desses locais para realizar a avaliação. O mesmo ocorre para parte dos vestibulares individuais, que, normalmente, acontecem apenas na cidade em que a IES está localizada e uma quantia seleta de polos adicionais.

Com o crescimento dos cursos EAD, surge a necessidade também de provas seletivas feitas de forma remota. Hoje, algumas instituições oferecem vestibulares 100% digitais, por meio de plataformas de avaliação de tecnologia avançada. Ou seja, o aluno pode começar sua trajetória acadêmica de onde estiver.

Como se preparar para o Enem e o vestibular?

Tendo em mente a diferença entre Enem e vestibular, agora é hora do candidato se preparar para o desafio. Conheça nossas dicas para conquistar a tão sonhada vaga na universidade:

Mantenha um cronograma de estudos

O principal fator na hora de se preparar para um processo seletivo é organizar o tempo de estudos. Ao ler os editais das provas, pode parecer difícil encaixar tudo na rotina. Por isso, ao definir a estratégia de estudos, é essencial saber quais áreas levam mais tempo e são mais difíceis, além de temáticas com maior peso na nota final que exigem atenção. 

Candidatos que estão participando de ambos os processos devem se atentar à diferença entre Enem e vestibular em relação ao formato das questões, para que possam praticar e revisar com bancos de respostas adequados.

Pratique com simulados

Além disso, os simulados de Enem e vestibular são fundamentais para qualquer candidato. Ao realizar simulados periódicos, você analisa seu desempenho em relação a outros candidatos, nota tendências e dificuldades e pode redirecionar os estudos para atingir seus objetivos. 

Faça redações com frequência

Não deixe a prática de redações de lado. Seja na dissertação do Enem ou outra proposta de texto do vestibular especializado, muitas vezes a principal barreira para o candidato é saber como iniciar a redação. Por isso, é importante praticar para ter segurança na hora da redação oficial.

Tanto o Enem quanto os vestibulares valorizam redação com conhecimentos gerais e referências socioculturais. Para ter um repertório avançado, o aluno deve também ler obras de ficção e não-ficção, acompanhar os acontecimentos mundiais e consumir produtos culturais de seu interesse. Dessa forma, pode interagir melhor com a proposta de texto e destacar sua redação.

Evite estresse na prova

A ansiedade na hora da prova pode atrapalhar o desempenho. Distrações, incertezas e dificuldade de se manter no prazo fazem com que os candidatos percam acertos que podem fazer toda a diferença em sua classificação. Ainda que um nível moderado de ansiedade seja comum nesse período, é possível minimizar os riscos ao levar um estilo de vida saudável e ativo, equilibrando estudos com lazer, socialização e  dedicação a interesses pessoais. Dessa forma, a trajetória do Enem ou vestibular fica mais leve e o estresse diminui.

estudante cansada

É importante equilibrar estudos com lazer para fazer bem a prova

Invista em cursos preparatórios

Os cursos preparatórios para o Enem e vestibular ajudam alunos de diferentes perfis a atingir os resultados desejados nos processos seletivos. Existem diferentes modalidades de curso, focadas em provas específicas, de duração intensiva ou extensiva. 

O candidato pode escolher um formato que se adeque melhor aos seus objetivos. Quem busca um vestibular de meio de ano, por exemplo, deve se inscrever em um curso preparatório desse prazo. Já alunos concluintes do Ensino Médio podem participar de intensivos de um mês para revisar os conteúdos de forma mais organizada e com apoio de professores qualificados.

Com uma equipe docente  e materiais focados nessas provas, os cursos preparatórios ajudam o candidato a se dedicar ao que realmente importa: estudar.

Bolsas de estudo

Existem bolsas de estudo para cursinhos pré-Enem e pré-vestibular. Elas são ofertadas com base no desempenho em simulados, possibilitando que alunos de destaque tenham todo o apoio necessário a curso reduzido.

Cursinho online

Uma modalidade em crescimento é o cursinho online. Muito útil para alunos que moram longe de centros urbanos ou que tenham horários de trabalho que os impedem de participar de cursos presenciais, esse formato inclui plataformas de aprendizado 100% digitais, incluindo videoaulas sobre temas que caem em vestibulares e Enem e materiais de revisão para download. 

Quer se preparar para o Enem e vestibular com toda a infraestrutura necessária? Conheça o curso do Anglo!

 

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