Linguagens, Códigos e suas Tecnologias no ENEM 2025: o que mais cai e como estudar com estratégia

Postado 15 de agosto de 2025

Se tem uma área que costuma causar dúvidas e até arrepios nos vestibulandos, é a prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Esse medo não é por acaso, a prova mistura textos longos, gráficos, memes, músicas, obras de arte, funções da linguagem e até questões sobre práticas corporais e redes sociais.

Mas calma, não é necessário saber tudo de cor ou decorar termos gramaticais. O ENEM não cobra gramática pura, ele avalia compreensão, interpretação, leitura crítica e capacidade de análise de diferentes formas de linguagem.

Se você está se preparando para disputar uma vaga em universidades como USP, UNICAMP ou UFRJ, entender a lógica por trás dessa prova pode te dar uma vantagem enorme. Neste guia, você vai ver quais conteúdos mais caem, como estudar com foco e quais armadilhas evitar.

O que realmente cai na prova de Linguagens do ENEM 2025?

A prova de Linguagens é composta por 45 questões objetivas, sendo que 5 são de língua estrangeira (Inglês ou Espanhol) e as outras 40 abordam:

  • Língua Portuguesa;
  • Literatura;
  • Educação Física;
  • Artes;
  • Tecnologias da Informação e Comunicação;

Em vez de focar em regras, o ENEM quer saber como você interpreta, analisa e relaciona conteúdos em diferentes formatos: textos jornalísticos, tirinhas, anúncios, letras de música, memes, obras de arte, gráficos e muito mais.

Veja os temas que mais aparecem nas provas anteriores:

  • Interpretação e inferência de sentido em textos verbais e não verbais;
  • Coesão e coerência textual;
  • Variação linguística e funções da linguagem;
  • Elementos culturais e sociais expressos por meio da linguagem;
  • Relação entre linguagem, poder, ideologia e mídia;
  • Estilos de época na literatura (Modernismo, Romantismo, Realismo, Barroco etc.);
  • Tecnologias da informação e sua influência no comportamento humano;
  • Práticas corporais e linguagem do corpo.

Esses temas aparecem com frequência porque fazem parte da Matriz de Referência do ENEM, documento que orienta o que pode ser cobrado na prova.

Quais funções da linguagem mais aparecem no ENEM?

As funções da linguagem estão entre os assuntos mais recorrentes e fáceis de confundir na prova. O ENEM adora misturar cartazes, propagandas, diálogos, poesias e campanhas publicitárias para cobrar esse tema. Mas afinal, o que você precisa saber?

Antes de tudo, é importante lembrar que toda comunicação tem uma intenção principal. Essa intenção define a função da linguagem predominante. Veja as funções mais cobradas:

  • Referencial ou denotativa: foco na informação clara e objetiva. Ex: textos jornalísticos, manuais.
  • Emotiva ou expressiva: revela sentimentos e opiniões do emissor. Ex: desabafos, poesias, blogs pessoais.
  • Conativa ou apelativa: busca convencer o receptor. Ex: propagandas, discursos políticos, campanhas.
  • Metalinguística: fala sobre a própria linguagem. Ex: dicionários, gramáticas, poemas que explicam o que é poesia.
  • Fática: verifica o canal da comunicação. Ex: “Alô?”, “Está me ouvindo?”, saudações.
  • Poética: foca na forma da mensagem, na estética. Ex: músicas, poemas, slogans criativos.

Uma dica importante, especificamente para o ENEM, é saber que uma imagem pode conter mais de uma função, mas sempre haverá uma predominante. O segredo está em observar qual intenção está mais evidente no contexto. Uma propaganda que emociona, mas tem o objetivo de vender, provavelmente está usando a função conativa.

política dando entrevista

Discursos políticos têm função conativa

Além disso, o Anglo te ajuda com questões que foram resolvidas em provas anteriores, outra forma de se familiarizar com temas já abordados no exame e adaptar seu olhar analítico e contextual. Venha conferir! 

Como interpretar textos mais rápido e com mais segurança?

Se você sente que demora muito para ler os textos da prova ou fica em dúvida entre duas alternativas “parecidas”, saiba que isso é comum, mas dá para melhorar com treino.

O segredo está em desenvolver leitura ativa. Isso significa não apenas “passar os olhos”, mas buscar:

  • Qual o tema central do texto?
  • Qual a intenção do autor? Informar, convencer, emocionar?
  • Quais palavras e expressões ajudam a construir essa intenção?
  • O texto expressa uma opinião ou um fato?

Três dicas práticas para treinar isso está em ler todos os dias um tipo de texto diferente: crônica, notícia, editorial, tirinha, meme, música. Criar o hábito de resumir em uma frase o que cada texto quis comunicar e também treinar com provas anteriores cronometrando seu tempo. Comece com 4 minutos por questão e vá reduzindo aos poucos.

Essa última prática ajuda a ganhar tempo, confiança e evita aquele medo de “travar” no meio da prova. É importante lembrar que a maioria dos textos do ENEM não exige conhecimento prévio, e sim atenção e análise do que está ali.

Como a literatura pode te ajudar a ganhar tempo na prova?

Pode parecer contraditório, mas a literatura, vista por muitos como “difícil”, pode ser uma aliada para ganhar tempo no ENEM. Isso porque muitas questões literárias são contextualizadas e exigem raciocínio lógico, não decoreba.

O que você precisa saber é que o exame não cobra autores e datas específicas, mas sim os estilos de época e suas características. Além disso, a prova adora comparar textos de diferentes escolas literárias ou relacionar uma obra antiga com um tema atual. Muitas vezes, a questão traz o próprio trecho literário e pede para você interpretar sentimentos, ironias, linguagem figurada ou posicionamento crítico.

Segue, abaixo, uma lista com os movimentos literários mais recorrentes no ENEM: 

1. Modernismo (1ª fase): 

Nacionalismo, linguagem coloquial, crítica social. Autor principal: Oswald de Andrade;

2. Modernismo (2ª fase):

Existencialismo, subjetividade, regionalismo. Autores principais: Carlos Drummond, Graciliano Ramos;

3. Romantismo:

Idealização, sentimentalismo, nacionalismo; Autor principal: José de Alencar;

4. Realismo/Naturalismo:

Crítica social, objetividade, determinismo. Autores Principais: Machado de Assis, Aluísio Azevedo;

5. Barroco:

Oposição entre fé e razão, linguagem rebuscada. Autor Principal: Gregório de Matos;

 

6. Arcadismo:

Equilíbrio, simplicidade, inspiração na natureza. Autor principal: Cláudio Manuel da Costa.

 

Redação e Linguagens: como estudar as duas juntas?

Uma das maiores dúvidas de quem estuda para o ENEM é entender como a prova de Linguagens se relaciona com a redação. E sim, essas duas áreas estão intimamente conectadas, não só porque pertencem à mesma matriz de competências, mas porque desenvolvem as mesmas habilidades de leitura crítica, argumentação e domínio da linguagem.

A prova de Linguagens cobra, o tempo todo, sua capacidade de interpretar o que o autor quis dizer, como ele construiu esse discurso e com qual intenção. É exatamente isso que você precisa fazer na redação: desenvolver um texto autoral, coeso, coerente, com argumento claro e bem estruturado.

alunos em prova do enem

Na redação é preciso desenvolver um texto estruturado e claro

Estudar as duas áreas de forma integrada é mais inteligente e pode otimizar seu tempo de estudo. Veja como:

  • Ao estudar gêneros textuais, como crônicas, artigos de opinião ou campanhas publicitárias, você compreende estruturas que podem te inspirar na construção da sua redação.

  • Ao praticar a análise de argumentos, você desenvolve um senso crítico que te ajuda a sustentar sua própria tese no texto dissertativo.

  • Ao revisar conectivos, estratégias de coesão e paragrafação nas questões objetivas, você aprende na prática o que vai melhorar sua nota na competência 4 da redação (coesão textual).

Além disso, tanto nas questões de Linguagens quanto na Redação, o ENEM valoriza textos que:

  • Dialogam com o contexto sociocultural do país;
  • Apresentam posicionamento crítico sem desrespeitar os direitos humanos;
  • Mostram domínio da norma culta, sem exageros, mas com clareza e precisão.

Nunca se esqueça, quando revisar uma redação corrigida, tente identificar nela os mesmos elementos que você vê nas alternativas corretas da prova objetiva, como a progressão de ideias, o uso adequado de conectores e a construção de um ponto de vista consistente. Isso cria uma ponte entre teoria e prática.

Tecnologias, memes e redes sociais: como caem na prova?

Muitos estudantes se surpreendem ao ver memes, prints de WhatsApp, tweets e até vídeos curtos descritos em questões da prova, mas essa é uma tendência clara e crescente do ENEM: incluir elementos da cultura digital para avaliar como o candidato interpreta as novas formas de linguagem do século XXI.

Esses conteúdos fazem parte do eixo temático das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e aparecem em forma de:

  • Charges digitais, sátiras e ironias;
  • Postagens em redes sociais com múltiplas linguagens (texto, imagem, emoji, gifs);
  • Fake news, desinformação e discurso de ódio;
  • Debates sobre privacidade, algoritmos, bolhas de opinião e ética digital.

O que o ENEM quer com isso não é testar seu tempo de tela, mas sua capacidade de analisar criticamente as linguagens digitais e seu impacto no comportamento humano e na sociedade. Essas questões costumam exigir:

  • Identificação da intenção comunicativa do texto (informar, provocar, ironizar, manipular);
  • Reconhecimento de estratégias persuasivas e apelativas;
  • Compreensão da relação entre forma e conteúdo (por que aquele formato foi escolhido?);
  • Avaliação do contexto sociopolítico em que aquela comunicação ocorre.

Um exemplo clássico é uma questão que mostra um meme sobre consumo consciente e pergunta qual crítica social está implícita ali. Não basta rir do meme, é preciso entender o que ele comunica nas entrelinhas.

Por isso, mantenha o hábito de refletir sobre os conteúdos que você consome online. Pergunte-se: “O que esse post está tentando dizer?”, “Existe ironia aqui?”, “Essa imagem está reforçando ou criticando uma ideia?”. Isso treina o seu olhar crítico, essencial para gabaritar essas questões.

Artes, publicidade e visualidade: o que o ENEM quer que você perceba?

Se você já fez uma prova do ENEM anterior, deve ter percebido que algumas questões são completamente visuais: cartazes, campanhas, obras de arte, esculturas, grafites, quadros e propagandas aparecem com destaque. Em alguns casos, não há quase nenhum texto verbal, e é justamente aí que mora o desafio.

O exame espera que o candidato seja capaz de compreender a linguagem artística e publicitária em profundidade, reconhecendo elementos como contexto histórico, intenção comunicativa e efeitos de sentido criados pela imagem. Isso significa que não basta apenas olhar para a estética ou descrever o que está vendo, é necessário interpretar o que aquilo comunica dentro de uma situação social ou cultural específica.

estudantes fazendo prova

Na prova do Enem é essencial entender o que a questão quer comunicar

Nas artes, por exemplo, uma imagem expressionista pode ser usada para refletir um momento de conflito humano, uma obra barroca pode revelar o contraste entre fé e razão, um grafite moderno pode ser carregado de crítica social. Já na publicidade, o ENEM costuma selecionar anúncios que desafiam estereótipos, incentivam o consumo consciente ou discutem temas como racismo, machismo, acessibilidade, política e saúde pública.

A banca valoriza candidatos que conseguem perceber além do óbvio, que leem não só com os olhos, mas com repertório. Por isso, assistir a filmes, visitar exposições, prestar atenção em campanhas publicitárias e observar as imagens que circulam nas redes sociais com olhar crítico são exercícios muito úteis na sua preparação.

Não é preciso decorar movimentos artísticos ou datas, o essencial é entender como a imagem se relaciona com o mundo, qual mensagem transmite e qual leitura crítica ela exige. Essa habilidade também ajuda em outras áreas, como Redação e Ciências Humanas, tornando sua prova mais integrada e coerente. É por isso que estudar Linguagens vai muito além do português é, na verdade, uma porta de entrada para entender o mundo.

Espanhol ou Inglês: qual escolher e como estudar?

Essa é uma das decisões que o estudante precisa tomar no momento da inscrição, optar por Inglês ou Espanhol como língua estrangeira. Embora as duas tenham o mesmo peso e nível de complexidade, a escolha deve considerar sua familiaridade com o idioma, sua exposição cotidiana a ele e sua facilidade de leitura e compreensão.

O Inglês tende a ser mais escolhido pelos candidatos, especialmente por estar mais presente no cotidiano, seja por meio de músicas, séries, filmes ou mesmo no vocabulário de redes sociais e aplicativos. Porém, é justamente por isso que a banca costuma selecionar textos mais exigentes: tirinhas, colunas jornalísticas e trechos publicitários com vocabulário menos óbvio, ironias sutis e estruturas que exigem boa leitura contextual.

Por outro lado, o Espanhol, por ser mais parecido com o português, dá uma falsa sensação de facilidade. A semelhança entre as línguas pode gerar armadilhas de interpretação. Palavras chamadas de “falsos cognatos” como “embarazada”, que significa grávida, e não embaraçada, confundem muitos candidatos. Além disso, os textos em Espanhol também exigem atenção à cultura local, aos regionalismos e às expressões idiomáticas.

Independentemente do idioma que você escolher, o foco da prova não é gramática, mas sim interpretação. Os textos trazem situações reais de comunicação e exigem que o candidato compreenda o tema central, as intenções dos autores e o sentido de palavras ou expressões em contexto. Você pode ser cobrado, por exemplo, sobre o tom de um cartaz (irônico, informativo, emocional), ou sobre a intenção por trás de um anúncio social.

O melhor jeito de se preparar é incluir o idioma escolhido no seu dia a dia. Ler pequenas notícias em sites estrangeiros, assistir a vídeos com legendas, seguir perfis educativos e resolver questões de anos anteriores são estratégias eficazes. Além disso, no Anglo, você conta com suporte didático específico para essa parte da prova, com aulas voltadas para a interpretação de textos autênticos, do tipo que realmente caem no ENEM.

Como revisar Linguagens na reta final sem pirar?

À medida que o ENEM se aproxima, é comum sentir a pressão aumentar. E é justamente nessa fase que muitos estudantes cometem o erro de tentar estudar tudo ao mesmo tempo, com medo de esquecer os conteúdos ou de não estar “fazendo o suficiente”. Mas a verdade é que, nas semanas finais, mais importante do que aprender algo novo é consolidar o que você já sabe com estratégia, leveza e inteligência emocional.

moça estudando com livros e computador

Perto do Enem, é mais importante consolidar o que você já aprendeu

Na área de Linguagens, essa lógica se aplica com ainda mais força. Não adianta tentar decorar listas de autores literários, memorizar todas as funções da linguagem ou revisar cada movimento artístico. A prova não exige memória fotográfica, mas sim raciocínio, repertório e interpretação contextualizada. Por isso, o ideal é priorizar a leitura e a resolução de questões com atenção plena e análise crítica.

Uma boa estratégia é refazer provas anteriores do ENEM, focando na análise das alternativas erradas tanto quanto das corretas. Esse exercício permite que você entenda quais pegadinhas a banca costuma usar, como as questões são formuladas e o que ela espera do candidato. Você também pode alternar entre diferentes tipos de textos, sejam eles jornalísticos, literários e publicitários, para não perder ritmo e manter o cérebro treinado para transitar entre gêneros.

Outro ponto essencial é respeitar o seu tempo mental. Estudar Linguagens com exaustão não vai render mais acertos, pelo contrário, pode aumentar o cansaço e o risco de ansiedade. Ao revisar, busque equilíbrio, separe blocos curtos de estudo, intercale com pausas e, sempre que possível, combine leitura com estímulos visuais ou auditivos, como podcasts de literatura, vídeos explicativos ou até mesmo músicas com análise de letra. O conteúdo entra de forma mais leve e permanece com mais força.

Interpretar o mundo é o primeiro passo para o sucesso

Mais do que uma prova, Linguagens é um convite a enxergar o mundo com outros olhos. Cada questão desafia o estudante a interpretar, questionar e compreender a complexidade das mensagens que nos cercam, sejam elas escritas, faladas, cantadas, desenhadas ou digitalizadas.

Dominar essa área não é apenas um requisito para passar no vestibular, é uma habilidade para a vida. É a partir dela que construímos argumentos, reconhecemos preconceitos, desconstruimos discursos e aprendemos a ouvir e a falar com empatia, clareza e impacto. Linguagens é a base da comunicação, e toda grande transformação começa por ela.

Se você sente que está no limite, que já deu tudo de si e ainda carrega o medo de não passar, respire. Esse medo é legítimo, mas não precisa ser o seu guia. A jornada até a universidade não se mede só por acertos, mas por persistência, e o Anglo caminha com você até a linha de chegada, com preparo técnico, suporte emocional e a certeza de que você não está sozinho. Agora é hora de confiar! Estude com estratégia, revise com foco e acredite, seu esforço vai fazer sentido. A linguagem é sua aliada e você está mais pronto do que imagina.

 

Assine nossa newsletter

Newsletter
[contact-form-7 id="3204" title="Newsletter"]