Figuras de linguagem: o que são, exemplos e como usar

Quem nunca se encantou com uma frase criativa, uma metáfora marcante ou um poema que parecia dizer muito mais do que as palavras mostravam? As figuras de linguagem estão por trás desse efeito especial. Elas são recursos usados na comunicação, principalmente na literatura e na fala cotidiana, para dar mais expressividade, emoção e sentido às mensagens. Entender como funcionam é fundamental não só para interpretar textos com mais profundidade, mas também para escrever melhor.

No contexto dos vestibulares e concursos, dominar as figuras de linguagem é uma grande vantagem. Questões de interpretação de texto, gramática e até redação costumam explorar esses recursos, exigindo que o candidato reconheça quando um autor está usando uma metáfora, uma ironia ou uma hipérbole, por exemplo. Saber identificar essas figuras pode ser o detalhe que faz você entender corretamente o tom de um texto ou a intenção do autor, e garantir alguns pontos preciosos na prova.

Mas o aprendizado não precisa ser complicado. As figuras de linguagem fazem parte do nosso dia a dia, mesmo sem que a gente perceba. Quando dizemos “estou nas nuvens”, “ele tem um coração de pedra” ou “essa fila não anda nunca”, estamos usando uma linguagem figurada. O segredo está em perceber como essas expressões se distanciam do sentido literal para criar novos significados e dar mais impacto à comunicação.

Nesta matéria, vamos explicar o que são as figuras de linguagem, quais são os principais tipos e como elas aparecem em diferentes contextos. Você vai ver exemplos práticos, entender como identificá-las em provas e aprender a usá-las de forma consciente na sua escrita, seja na redação do Enem, em questões de literatura ou em textos argumentativos. Vamos juntos desvendar esses truques da linguagem que tornam o português muito mais interessante!

Por que as figuras de linguagem são tão importantes para o ENEM e vestibulares?

As figuras de linguagem aparecem com frequência nas provas de português, literatura e redação, e não é por acaso. Elas ajudam a construir o sentido dos textos, revelando intenções, emoções e até críticas sociais. Em provas como o ENEM e os vestibulares, entender o que o autor quis dizer “por trás” das palavras é essencial para interpretar corretamente textos publicitários, poéticos e jornalísticos. Uma metáfora mal interpretada pode mudar completamente o significado de uma questão.

Além disso, as bancas examinadoras costumam cobrar o reconhecimento de figuras de linguagem em diferentes gêneros textuais. É comum encontrar expressões figuradas em propagandas, charges, letras de música e poemas. Saber identificá-las ajuda o estudante a perceber nuances de sentido e intenções comunicativas, habilidades muito valorizadas nas avaliações.

Jovem lendo um livro em casa. figuras de linguagem

Confira alguns motivos práticos pelos quais essas figuras são indispensáveis na sua preparação:

🔹 Interpretar textos com mais profundidade: compreender o sentido conotativo das palavras é essencial para captar ironias, críticas e emoções.

🔹 Reconhecer intenções do autor: figuras como a ironia, o eufemismo ou a hipérbole revelam tons e atitudes que nem sempre estão explícitos.

🔹 Evitar armadilhas de múltipla escolha: muitas questões trazem alternativas que se diferenciam apenas pelo sentido literal ou figurado das expressões.

🔹 Aprimorar a escrita na redação: usar figuras de linguagem com equilíbrio dá mais estilo, naturalidade e expressividade ao texto.

Nos últimos anos, o ENEM tem valorizado cada vez mais a capacidade de leitura crítica. Questões de interpretação não se limitam a “o que o texto diz”, mas também exploram “como o texto diz”. É justamente nesse “como” que entram as figuras de linguagem: elas moldam a maneira como as ideias são transmitidas. Um bom candidato precisa saber reconhecer o efeito que essas figuras produzem, como reforçar uma opinião, provocar humor ou criar impacto emocional.

Por fim, compreender as figuras de linguagem vai muito além de decorar nomes e definições. Trata-se de desenvolver sensibilidade para perceber as sutilezas da língua, algo que faz diferença não apenas na prova, mas também na comunicação do dia a dia. Ao dominar esse conteúdo, o estudante amplia seu repertório linguístico e se torna capaz de interpretar o mundo com mais clareza e senso crítico.

Quais são as figuras de linguagem?

As figuras de linguagem são recursos que tornam a comunicação mais expressiva e envolvente. Elas se dividem em diferentes tipos, de acordo com a função que exercem no texto, podem alterar o sentido das palavras, a forma da construção frasal ou até o som das expressões. A seguir, veja as principais figuras cobradas em vestibulares e no ENEM, com explicações e exemplos práticos.

1. Metáfora

A metáfora é uma das figuras de linguagem mais conhecidas e usadas. Ela consiste em comparar dois elementos diferentes, mas com alguma semelhança de sentido, sem o uso de palavras comparativas (como “como” ou “tal qual”). É uma forma de criar novas interpretações e dar mais força à mensagem.

Na metáfora, o sentido das palavras é transferido de um campo de significado para outro. Em vez de dizer literalmente o que se quer, o falante usa uma imagem simbólica, convidando o leitor a interpretar. Isso confere à linguagem um tom mais artístico e poético, muito comum em textos literários, músicas e até no cotidiano.

Essa figura exige que o leitor interprete o sentido conotativo, ou seja, o sentido figurado das palavras, e não o literal.

Exemplo: “Ela é uma estrela.” Aqui, não significa que a pessoa é literalmente um astro, mas sim que brilha, se destaca, encanta, uma comparação implícita com o brilho das estrelas.

Jovem lendo um livro em biblioteca. Figuras de linguagem

2. Comparação

A comparação é semelhante à metáfora, mas tem uma diferença importante: usa um termo comparativo explícito, como “como”, “tal qual”, “feito”, “parece”. Ela estabelece uma relação direta entre dois elementos, ressaltando o ponto em comum entre eles.

Essa figura é muito comum na literatura, especialmente na poesia, porque ajuda o autor a criar imagens vívidas na mente do leitor. Também é usada em textos do cotidiano para reforçar características de pessoas, objetos ou situações.

A comparação é uma forma mais clara e objetiva de analogia, pois o leitor percebe facilmente o elo entre as ideias.

Exemplo: “O amor é como uma chama que nunca se apaga.” Aqui, o sentimento é comparado ao fogo, sugerindo intensidade e constância.

3. Metonímia

A metonímia ocorre quando substituímos uma palavra por outra com a qual ela tem uma relação de proximidade ou associação. Em vez de usar o termo exato, empregamos outro que remete ao mesmo sentido, o que torna a expressão mais dinâmica.

As relações de metonímia podem ser variadas: autor pela obra, parte pelo todo, marca pelo produto, conteúdo pelo continente, entre outras. Esse tipo de figura é comum em textos jornalísticos e na fala cotidiana.

Ela mostra como a linguagem é flexível e como conseguimos nos comunicar de maneira eficaz mesmo sem usar os termos literais.

Exemplo: “Li Machado de Assis nas férias.” Aqui, o autor substitui sua obra (“um livro de Machado de Assis”), criando uma relação de autor pela produção.

4. Hipérbole

A hipérbole é o uso do exagero intencional para enfatizar uma ideia, sentimento ou situação. Ela não deve ser entendida literalmente, pois serve apenas para dar intensidade à expressão.

Essa figura é muito usada em textos publicitários, na literatura e até em conversas informais, quando queremos demonstrar emoção ou realçar uma característica.

O importante é perceber que a hipérbole tem um efeito expressivo: ela amplifica a mensagem para causar impacto no leitor.

Exemplo: “Morria de saudade daquele tempo.” O exagero (“morria”) é usado para mostrar intensidade emocional, não uma ação real.

5. Eufemismo

O eufemismo consiste em substituir expressões duras, ofensivas ou desagradáveis por outras mais suaves. É um recurso de cortesia e sensibilidade, muito comum em situações que envolvem temas delicados.

No ENEM, essa figura costuma aparecer em textos que tratam de questões sociais ou críticas sutis, onde o autor busca amenizar o impacto de uma mensagem.

O eufemismo mostra como a escolha das palavras pode transformar o tom de um texto, tornando-o mais empático e diplomático.

Exemplo: “Ele partiu dessa para melhor.” A expressão é usada no lugar de “morreu”, suavizando o tema da morte.

Jovem lendo um livro e sendo ajudado por professor. Figuras de linguagem.

6. Ironia

A ironia é uma figura de linguagem em que se diz o contrário do que realmente se quer dizer, geralmente com o objetivo de criticar, provocar humor ou expressar sarcasmo.

É uma das figuras mais cobradas em vestibulares, pois exige interpretação de contexto. O leitor precisa perceber o tom do texto, as intenções e as pistas linguísticas que revelam o sentido oposto.

A ironia é muito usada em charges, crônicas e tirinhas — gêneros frequentes nas provas.

Exemplo: “Que bom chegar atrasado de novo, você é pontualíssimo!” O elogio é falso, servindo para criticar o atraso de forma sarcástica.

7. Antítese

A antítese ocorre quando duas ideias opostas aparecem juntas no mesmo contexto, criando contraste e destacando diferenças.

Essa figura é usada para valorizar o conflito de ideias, sentimentos ou situações, e aparece com frequência em textos literários e filosóficos.

O contraste gerado pela antítese ajuda a dar ritmo e tensão ao texto, chamando a atenção do leitor para a dualidade presente nas situações humanas.

Exemplo: “Era o melhor dos tempos, era o pior dos tempos.” A oposição entre “melhor” e “pior” reforça a contradição da realidade descrita.

8. Paradoxo

O paradoxo, ou oximoro, vai além da antítese: ele une ideias aparentemente contraditórias, que, ao mesmo tempo, fazem sentido dentro do contexto.

Essa figura estimula a reflexão, pois desafia a lógica comum e convida o leitor a pensar sobre o significado profundo da frase.

É muito comum em textos poéticos e filosóficos, em que o autor busca expressar sentimentos complexos e ambíguos.

Exemplo: “O silêncio grita dentro de mim.” A contradição entre “silêncio” e “grita” gera um efeito expressivo e simbólico.

9. Personificação (ou Prosopopeia)

A personificação acontece quando atribui-se características humanas a seres inanimados, objetos ou animais.

Essa figura é usada para criar imagens poéticas e dar vida a elementos da natureza, tornando o texto mais expressivo e envolvente.

É muito presente em fábulas, poesias e propagandas, pois aproxima o leitor emocionalmente das ideias representadas.

Exemplo: “O vento sussurrava segredos entre as árvores.” O vento ganha uma ação humana (“sussurrar”), criando uma imagem poética.

10. Anáfora

A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras no início de frases ou versos consecutivos, com o objetivo de dar ênfase, ritmo e coesão ao texto.

Essa figura é comum em discursos, letras de música e poemas, onde a repetição cria uma sonoridade marcante e reforça uma ideia principal.

No contexto de vestibulares, ela aparece tanto em questões de estilo quanto em análises de coesão textual.

Exemplo: Eu quero paz. Eu quero justiça. Eu quero igualdade.” A repetição de “eu quero” dá força e insistência à mensagem.

Jovem lendo um livro em um jardim. Figuras de linguagem.

Como posso usar figuras de linguagem na redação?

Usar figuras de linguagem na redação é uma ótima maneira de deixar o texto mais expressivo e envolvente, desde que com equilíbrio. Elas ajudam a reforçar ideias, dar ritmo à escrita e mostrar domínio da língua portuguesa. No entanto, é importante lembrar que a redação do ENEM e dos vestibulares exige clareza, coerência e objetividade. Por isso, o uso das figuras deve ser sutil e estratégico, sempre a serviço do argumento, e nunca apenas como enfeite.

Um bom momento para usar esses recursos é na introdução ou na conclusão, quando você quer causar impacto e chamar a atenção do corretor. Também é possível aplicá-los dentro dos argumentos, para tornar a explicação mais criativa e marcante. Veja como algumas figuras podem funcionar bem na redação:

  • Metáfora: ajuda a expressar ideias complexas de forma simbólica e criativa.
  • Comparação: aproxima conceitos e facilita a compreensão do leitor.
  • Antítese: evidencia contrastes importantes no tema (como “liberdade x repressão”).
  • Eufemismo: suaviza críticas ou opiniões sensíveis sem perder a clareza.
  • Anáfora: reforça uma ideia principal e cria ritmo no texto.

Além de deixar o texto mais interessante, as figuras de linguagem também fortalecem a argumentação. Uma metáfora bem usada pode resumir um raciocínio inteiro, tornando a leitura mais fluida e impactante. Já o uso moderado de uma ironia pode demonstrar senso crítico e domínio do tema, desde que o tom se mantenha respeitoso e dentro da formalidade exigida pela prova. Em resumo, a função delas é convencer e emocionar, sem exageros.

Por fim, lembre-se de que o uso das figuras de linguagem deve parecer natural e contextualizado. O corretor precisa sentir que elas fazem parte do seu estilo de escrita, e não que foram inseridas de propósito apenas para impressionar.

Dica prática: leia editoriais, artigos de opinião e redações nota mil, observe como os autores utilizam recursos expressivos de forma equilibrada. Assim, você desenvolve repertório e aprende a aplicar figuras de linguagem de modo inteligente, deixando sua redação mais autoral, fluida e marcante.

Como eu posso usar as figuras de linguagem para interpretação de texto durante as provas?

Durante as provas de vestibulares e do ENEM, as figuras de linguagem são verdadeiras aliadas na hora de interpretar textos. Muitas questões pedem que o candidato vá além da leitura literal e perceba o sentido conotativo, aquele que está nas entrelinhas. Entender quando o autor usa uma metáfora, uma ironia ou um eufemismo é essencial para captar o tom, a intenção e a emoção presentes no texto. Em outras palavras, reconhecer as figuras de linguagem é o que permite uma leitura mais crítica, profunda e interpretativa.

Jovem em uma biblioteca fazendo anotações. Figuras de linguagem.

Ironia, hipérbole e metáfora: atenção ao tom do texto

Essas figuras costumam aparecer em textos jornalísticos, crônicas e charges, e exigem leitura cuidadosa. A ironia indica um sentido oposto ao literal e pode revelar críticas sutis ou humor; a hipérbole representa exagero intencional, usado para dar ênfase ou provocar impacto; já a metáfora cria uma comparação simbólica, muito comum em textos literários. Saber identificar o tom e o efeito dessas figuras evita interpretações erradas e ajuda a entender o que o autor realmente quer comunicar.

Eufemismo e outras sutilezas de sentido

O eufemismo é outro recurso recorrente nas provas, pois mostra como o autor suaviza ideias difíceis ou polêmicas. Reconhecer esse tipo de figura ajuda o estudante a perceber a intenção comunicativa do texto, se o autor quer amenizar uma crítica, demonstrar empatia ou apenas tornar a linguagem mais agradável. Essa sensibilidade na leitura faz diferença nas questões interpretativas, especialmente quando a banca cobra o efeito de sentido de determinada expressão ou a postura do autor diante do tema.

Além disso, compreender as figuras de linguagem torna a leitura mais inteligente e estratégica. Ao perceber que uma palavra ou expressão não deve ser entendida literalmente, você passa a ler com mais atenção e intenção, buscando o que o texto quer sugerir e não apenas dizer. Essa habilidade é fundamental para resolver questões com segurança e também para construir boas redações. Em resumo, dominar as figuras de linguagem é aprender a ler nas entrelinhas, e isso pode ser o diferencial entre uma resposta correta e uma interpretação incompleta.

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Com o Anglo, você aprende a ler além das palavras!

Entender as figuras de linguagem é muito mais do que um simples conteúdo de gramática, é compreender como a língua ganha vida nas mãos de quem sabe usá-la. Ao reconhecer esses recursos, você passa a perceber nuances, intenções e emoções escondidas nas palavras. Essa habilidade é o que transforma um leitor comum em um leitor crítico, capaz de interpretar textos com profundidade e sensibilidade, algo essencial não só para as provas, mas também para a comunicação do dia a dia.

Na redação, o domínio das figuras de linguagem ajuda a deixar o texto mais expressivo, coerente e autoral. Quando usadas com equilíbrio, elas dão ritmo, reforçam ideias e mostram ao corretor que você domina o idioma. Já nas questões de interpretação, reconhecer uma metáfora, uma ironia ou um eufemismo pode ser o detalhe que garante aqueles pontos preciosos. Saber “ler nas entrelinhas” é o que diferencia quem apenas decora conteúdo de quem realmente entende o que está lendo, e essa é uma habilidade cada vez mais valorizada nos vestibulares e no ENEM.

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